Uso de técnicas que buscam enganar usuários pode expor vulnerabilidades de empresas e causar grandes prejuízos.
A engenharia social é uma ameaça significativa para empresas e pessoas, especialmente no cenário em que as transações e atendimentos estão cada vez mais voltadas ao digital. Esse fenômeno, muitas vezes subestimado, explora a psicologia humana para manipular indivíduos a revelarem informações confidenciais ou realizarem ações prejudiciais.
Com a ascensão da inteligência artificial generativa, os riscos associados à engenharia social ganham uma nova dimensão, potencializando golpes e ameaças virtuais. Conheça os principais riscos e como se proteger.
O que é Engenharia Social?
A engenharia social é uma forma de ataque cibernético que se concentra em manipular pessoas em vez de explorar vulnerabilidades técnicas em sistemas de computadores. Os hackers usam técnicas psicológicas para enganar indivíduos a revelarem informações confidenciais, como senhas, números de cartão de crédito ou até mesmo a executarem ações específicas, como clicar em links maliciosos ou baixar arquivos infectados.
Essas técnicas podem incluir pretextos convincentes, manipulação emocional, a criação de situações de urgência ou autoridade falsa para convencer as vítimas a agirem contra seus próprios interesses. Esses ataques podem ser realizados por meio de diversos canais, como e-mails, telefonemas, mensagens de texto, redes sociais, entre outros.
Os riscos da inteligência artificial generativa
A inteligência artificial generativa (IA generativa) refere-se a sistemas de IA que têm a capacidade de criar conteúdo original, como texto, imagens, áudio e vídeo, que são extremamente convincentes e muitas vezes indistinguíveis do conteúdo produzido por humanos.
O principal exemplo de IA generativa hoje em dia é o ChatGPT, que tem diversos usos profissionais, para estudo ou até mesmo para o lazer. Porém, a expectativa é que a cada dia novas ferramentas desse tipo cheguem ao mercado, ampliando as possibilidades de criar conteúdos.
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Essa tecnologia pode ser utilizada de maneira positiva em áreas como arte, entretenimento, design e até mesmo na criação de novos medicamentos. No entanto, também pode ser explorada por cibercriminosos para automatizar e aprimorar ataques de engenharia social aplicando golpes na população e nas empresas.
O aperfeiçoamento dos golpes por meio da IA
Com a IA generativa, os golpistas podem automatizar e personalizar mensagens de phishing e outras formas de engenharia social de maneira mais eficiente.
Por exemplo, eles podem criar e-mails de phishing que se parecem com comunicações legítimas de empresas conhecidas, como bancos ou serviços de mídia social, utilizando informações obtidas publicamente sobre as vítimas para tornar os ataques mais convincentes e persuasivos.
Além disso, a IA generativa pode aprender com interações anteriores e ajustar suas estratégias com base nos resultados, o que significa que os ataques podem se tornar mais sofisticados e difíceis de detectar com o tempo.
Ameaça de Deepfakes
Deepfakes são um tipo específico de conteúdo gerado por IA que envolve a manipulação de vídeos ou áudios para fazer com que pessoas pareçam dizer ou fazer coisas que nunca fizeram. Essa tecnologia pode ser usada para criar vídeos falsos de executivos de empresas, políticos ou outras figuras públicas, que podem ser usados em ataques de engenharia social para enganar funcionários, clientes ou outras pessoas.
Por exemplo, um deepfake de um CEO de empresa pode ser usado para enviar mensagens falsas a funcionários, solicitando a transferência de fundos ou a divulgação de informações confidenciais.
Como os vídeos deepfake podem ser extremamente realistas, é provável que as vítimas sejam enganadas por eles, aumentando assim o sucesso dos ataques de engenharia social.
O impacto nas empresas e como protegê-las
Os ataques de engenharia social impulsionados por IA generativa representam uma ameaça significativa para as empresas, pois podem resultar em perdas financeiras, danos à reputação e violações de dados. Além disso, esses ataques podem minar a confiança dos clientes e parceiros comerciais, o que pode ter um impacto duradouro nas operações e no sucesso futuro da empresa.
Para proteger suas operações e dados contra ataques de engenharia social, as empresas podem adotar várias estratégias de mitigação, incluindo:
- Conscientização e treinamento: educar os funcionários sobre os riscos da engenharia social e fornecer orientações sobre como identificar e evitar ataques.
- Tecnologia de detecção: implementar soluções de segurança cibernética avançadas, como sistemas de detecção de phishing e spoofing baseados em IA, para identificar e bloquear tentativas de ataque.
- Autenticação multifator: reforçar os controles de acesso com autenticação multifator e autenticação biométrica para reduzir a probabilidade de acesso não autorizado a sistemas ou informações confidenciais.
- Monitoramento contínuo: estabelecer processos robustos de monitoramento de atividades suspeitas para identificar e responder rapidamente a incidentes de segurança.
- Colaboração e compartilhamento de informações: participar de redes de compartilhamento de informações sobre ameaças cibernéticas para se beneficiar da inteligência coletiva e proteger contra ataques conhecidos, como já prevê a resolução 06/2023 do Banco Central – para o setor financeiro.
As empresas precisam estar cientes desses riscos e adotar medidas eficazes de proteção cibernética para mitigar as ameaças emergentes.
Ao investir em conscientização, tecnologia e processos de segurança robustos, as empresas podem reduzir sua vulnerabilidade aos ataques de engenharia social e proteger seus ativos digitais, clientes e reputação no mercado.